pelo sonho é que voamos ♥


    "É raro darmos pelo momento em que, ainda meninas, nos imaginamos a rodar um comprido vestido branco ou enquanto meninos já nos víamos a marcar um golo aplaudido internacionalmente...
    Lembro-me de ser pequenina e querer ser “quiteta”: adorava desenhar, fazer trabalhinhos com as mãos, criar e ver crescer... a obra!
    É raro, mesmo raro, encontrarmos alguém na vida que partilhe a nossa paixão... normalmente, quando acontece, chama-se amor! Foi o que aconteceu quando a nossa paixão se cruzou: nasceu em nós um amor por um sonho comum.
    O nosso sonho é simples e muito concretizável, como todos os sonhos que nos “aterrorizam”: o sucesso é alcançável, o falhanço é ainda mais temível, mas ao contrário do que diz o poeta António Gedeão, ainda não cansámos “os braços a pendurar estrelas no céu”. Demorámos algum tempo a tirar os calcanhares do chão, mas mantemo-nos em biquinhos de pés e assim vamos correr atrás do nosso sonho, aquele que nos faz acreditar que podemos ser aquilo que quisermos, ao encontro daquilo que somos e naquilo em que insistimos ser e fazer: termos o nosso cantinho de recuperação, de regeneração de mobiliário e espaços com uma linguagem própria, simples e personalizada, onde paira o cheirinho a tinta e onde passamos o dia a tornar a vida dos outros mais bonita, dando primazia ao trabalho manual, e onde pomos quanto somos no mínimo que fazemos." pERSOnaliza 


    Este texto foi escrito por mim e pela Sofia em março de 2013. Quando falo do projeto tenho, inevitavelmente, de falar DhELA. Este sonho sempre foi partilhado pelas duas e voamos juntas por ele. A sensação que hoje temos é que voltaremos a nos encontrar, em breve, naquele cantinho onde paira o cheirinho a tinta. A Sofia abraçou outro projeto, mas sempre esteve atenta ao nosso menino. Este projeto é meu, mas também DhELA. É nosso e resultado de todas as nossas espetativas que se vão tornando realidade.
    De março de 2013 até ao dia de hoje já muito evoluiu a nossa ideia. No inicio o nome do projeto era pERSOnaliza [bem, para chegarmos a um consenso sobre o nome final do projeto demorou meses], mas a essência do nosso sonho continua igual, não poderia ser de outra maneira. Desde o começo, já (re)começamos não sei quantas vezes. Nem sempre foi fácil. Voltamos a estudar. Analisar. Avaliar. Medir. Concorremos a diversos programas de empreendedorismo e fomos selecionadas para todos. Participamos e aprendemos. Predemos medos. Tornamo-nos mais fortes. Conhecemos pessoas. Clientes. Parceiros. E até concorrentes. Hoje o SOnho está mais próximo da REalidade. E dele passaram a fazer parte outras pessoas, das quais falarei outro dia.

um beijo especial à Sofia, obrigado 







feliz dia dos avós ♥


É do avô a cadeira. A cadeira que o avô guardava no sótão, mas que outrora serviu a família, por si só numerosa. Numerosas as vezes que a cadeira foi emprestada para festas da freguesia, tendo o avô cuidado de a assinar para ter a certeza lhe a traziam de volta. Já lá vai tanto tempo. Tempo em que o avô guardava os rios. Profissão como tantas outras já extintas, mas pela qual o avô tinha paixão. Paixão essa que ainda hoje se reflete na cor dos seus bonitos olhos.

Para a neta a cadeira significa apoio (pernas), colo (assento) e ombro amigo (costas).

O avô é meu. É meu e de muitos mais netos. Mas o avó é único, só conheci um e ele pegava em mim como ninguém... lembro-me de correr à volta da sua casa com receio de me magoar nas paredes tão ásperas, mas queria acha-lo lá atrás bem no fundo do quintal, entre todas aquelas couves de metros! Queria que ele me pegasse e me lançasse ao ar... nesse momento eu crescia, era livre e sentia-me feliz. Mas felicidade era quando ao domingo conseguia ser das primeiras netas a chegar à sua casa, para passear com ele na sua mota... eram minutos que se tornavam horas, eram ruas que passavam a ser corredores só nossos!

E nossa também é hoje esta cadeira, que tendo parte dos dois conta a nossa história.


 amo-te avô 30mil vezes mais 

  

     A cadeira do avô foi o meu primeiro projeto. Quem conhece a Taraita conhece a cadeira azul e, provavelmente, a nossa história. Hoje, por se celebrar o dia dos avôs, partilho convosco uma mini sessão fotográfica que fiz com o meu avô ontem. Não se sentiu à vontade de início, mas lá alinhou nas "coisas estranhas" que a neta pensa e insiste em fazer. Sempre fomos assim, a segurança de um puxa pelo outro. Quando escolhi a nossa história e a sua cadeira, foi fácil passar para o papel todas as coisas que aprendi com ele. A nossa proximidade é divertida e já perdemos a conta de quantas caras estranhas conseguimos fazer um ao outro. Mas no fim, as suas palavras são sempre sábias e marcam a cada despedida. No nosso coração estará para sempre gravado "30 mil vezes mais".


    Um feliz dia dos avós para todos.

 Eu sou uma privilegia pois ainda tenho todos aqueles que conheci. ♥



Põe quanto és no mínimo que fazes ♥



Para ser grande, sê inteiro: nada 
Teu exagera ou exclui. 
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és 
No mínimo que fazes. 
Assim em cada lago a lua toda 
Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis, in "Odes" 


    "Põe quanto és no mínimo que fazes" é a máxima do meu coração. O ser inteiro para ser grande sempre me fascinou. Desde pequena que sou assim. Embora continue pequena [fisicamente falando], sou grande por ser inteira e de nada em mim excluir.
    Este projeto tem tanto de mim que até o nosso nome se confunde. Taraita é o nome do projeto e nome de família. Alguma vez, nos meus sonhos de menina, pensei que um dia teria o meu projeto e que nele ponha quanto sou, ao ponto de lhe dar o meu/nosso nome. Sim também é nosso. Porque para ser inteiro não sou um só. Sou muitos. Sou aqueles que me amam, que me ajudam, apoiam e me dão conforto em horas menos boas [mas desses falarei outro dia]. Eu sou a Taraita e este diário é um desafio, no qual poderás fazer parte com a tua história, pois só assim, com o coração todo, brilhará mais alto este projeto.